Wednesday, April 26, 2006

Klee

O ensinamento de Paul Klee em Weimar e em Dessau
Helen Schimidt-Nonne

Tradução de Maria do Ceu Diel

Sugestões de Milton José de Almeida

Klee definia seu ensinamento na Bauhaus “ uma prática com meios formais”. O desenvolvimento de tal pratica era racional, rigoroso, mas a apresentação dos problemas, apesar de possuir a mesma precisão das formulações dos matemáticos e fisicos, era poesia purissima. Klee estudou as regras das obras de arte e sua maneira de expo-las a apresenta-las era vivo, rico de imagens , faceis de aprender. É um raro privilégio ter como professor alguem que sabia praticar uma consciente distancia da sua própria obra. Klee falava de si:
Quando fui levado a lecionar, fui obrigado a clarear para eu mesmo- o que era sempre inconsciente- o que em verdade eu fazia.” Assim nasceram as páginas que foram publicadas em 1925 com o titulo de “ Pädagogisches Skizzenbuch”, ou o Livro de Esboços Pedagógicos como principios fundamentais de uma parte dos ensinamentos teóricos no Staatliches Bauhaus de Weimar.

As páginas originais do Pädagogisches Skizzenbuch foram mostradas ao público na mesma sala com o teto envidraçado onde foram ministradas suas lições, durante a primeira Exposição da Bauhaus em Weimar, no verão de 1923.

No âmbito de sua reflexão teórica, Klee havia já escrito em 1918 e publicado em 1920 Schöpferische Konfession (O credo Criativo), enquanto em 1923 já estava no prelo outro importante ensaio Wege des Naturstudiums (Caminhos para o estudo da natureza), apresentado no volume Staatisches Bauhaus in Weimar 1919-1923.

Após isto, em Janeiro de 1924, realizou no Museu de Jena( durante uma exposição de seus quadros) a conferência Über die modern Kunst, ( Sobre a Arte Moderna) e seu credo artistico.

Juntamente com sua produção pictórica ja bastante rica, Klee levou consigo uma bagagem de experiencias e reflexões teóricas que se apoiavam continuamente no âmbito de seus ensinamentos sobre a forma, no desenho da natureza e nos exercícios com os meios figurativos.
A articulação de sua atividade didática na Bauhaus -para os estudantes que seguiam o curso de pintura livre- era particularmente feliz: de um lado havia o ensinamento teórico e de outro as análises e a correção dos trabalhos, enquanto os aluno deveriam expor que coisa estavam propondo realizar e com que meios conseguiriam faze-la. Klee desenhava com giz numa pequena lousa o que deveria ter sido feito para conseguir o efeito desejado, discutia sobre argumentos com sua pequena platéia depois apagava tudo e deixava que o estudante chegasse as suas próprias conclusões.

Entre 1928-29, no decorrer de dois semestres , o ensinamento teórico sobre livre figuração servia como argumento para a espacialidade. Como exemplo mais comum Klee havia escolhido o cubo. Assim explicava o fenomeno da espacialidade de maneira que, progressivamente, o cubo perderia o carater de objeto, transformando-o numa personalidade em parte ativa e em parte passiva. Em uma serie de operações progressivas do externo e do interno, do conceito parcial ao todo, cada aspecto era aprofundado, cada especificidade era indagada; penetrava-se no espaço e por fim concluia-se que do exterior a estrutura espacial era familiar. Porém durante este processo acontecia algo de prodigioso: subdivisões do espaço em seus minimos detalhes, determinação de seus caracteres especificos- dentro e fora- modulação das superficies a partir dos pontos nodais, paredes divisórias erguidas por toda a parte, escadas diagonais construidas de maneira a estabilizar direção e ações simultaneas de cubos em varias posições no interior do cubo principal- e tudo isto com os meios do pintor, com o ponto, a linha, a superficie, o claro e o escuro e a cor.
O resultado correspondia aquele do cientista que calcula, mas era pleno de vida porque era pensado com os meios da arte.

Os meios expressivos podem ser ensinados, mas corre-se o risco do mestre sempre superar o aluno. Klee buscava evita-lo, não fornecendo pistas sobre os meios tecnicos que usava ou como se poderia conseguir este ou aquele efeito. Os alunos deveriam elaborar autonomamente, compreender, aprender, e para isto apresentava problemas do tipo: “Expressar relaxamento e contração: representar em uma superficie colorida o movimento da ausencia de cor. A cor foi absorvida, comida: é assim que morre- decaimento, crepusculo, decomposição- um movimento negativo.Representar em uma superficie sem cor o movimento da presença da cor. A cor triunfa, se impõe, cresce,é isto que cresce, é isto que vence, é o sol, o dia, salto ascendente, exortação...”
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Klee possuia um modo de expressar-se extraordinariamente rico de imagens: se queria, por exemplo, enfatizar uma pausa , dizia: “ A coisa dorme”. Ou então, enquanto caminhava para frente e para tras falando sobre as cores, ocorria de repousar ocorria-lhe repousar um giz vermelho na fechadura da janela, para onde tornava toda vez que invocava aquela cor, que assim trasnformava-se em uma realidade concreta, persuasiva. Era também inesquecível a maneira como explicava à lousa um argumento complexo como a polifonia por ele definida
um fenomeno simultaneamente pluridimensional”. Em cada uma das mãos tinha um giz de cores diferentes e desenhava e escrevia com segurança com ambas as mãos. Sendo tambem músico, demonstrava de modo conciso como a arte figurativa podia fazer uso, dentro de certos limites, dos meios musicais.

Com o passar do tempo, Klee modificava o argumento das aulas, conformando-os com as situações reais. E as soluções não eram nunca apresentadas. Um dia, ao encerrar uma aula disse: “ Esta é uma possibilidade- mas eu não a usaria”.

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